sexta-feira, 18 de novembro de 2011

i tempestari

tempestuosos dias em que nuvens encobrem copas
e das copas escuras se refletem as sombras no chão.

o chão é onde caminho quando chove e não quero esperar a chuva passar
porque eu gosto da chuva]

escuro entre o chão e o alto daquelas árvores
entre mim e mediar a escuridão
a velha discussão sobre os limites das coisas
[debates de cores frias



sonho o gosto de roubar a chuva, eu falo de possibilidades,
de compra e venda dos créditos d'água: eu engano as tempestades
porque agora a tempestade sou eu
[é sempre aqui dentro que chove

tempestuosos dias em que nuvens encobrem copas
é como se o negativo do filme revelasse (o comportamento dos cheiros)
água em formato de chuva
desce e escorre
no seio da terra,
no colo da pedra
na face do homem,
para se transformar em outros formatos
ditar as regras das cores
evoluir a cadência das gotas
[a água volta a ter cheiro de água.

não vou esperar meu sonho acabar,
não sei se posso beber meu sonho durante a chuva.

eu não vou plantar, não vou molhar colheitas,
eu nunca espero uma estação terminar, eu possuo a tempestade.

vou a uma outra aldeia, uma que ninguém conheça minha fama de
tempestuoso.
[é que eu gosto de chuva









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