a flauta torta que toca,
faz música diferente
o som chega e se instala
gostosa reviravolta
no seu ouvido outrora triste
a flauta que chega e te bate
pra você virar e olhar
dança lá dentro bem dentro
aonde ninguém pode entrar
o som da flauta quebrada
se arranha pelo mundo astral
nota arranhada flauta quebrada
ouvido que voa
ouvido visceral.
a flauta segura que ela
é mais do que o flautista
porque ela, só ela
é quem na verdade,
te toca a todo tempo
a toada é qualquer sopro que possa fazer
a gente ver tudo pulando sob a luz
amarela-opaca
mas todas as cores vivem e se espalham
se mesclam com as cores fracas e intensas
da luz
do vinho
da blusa dela
a cor do próprio som
é a cor da música sem nome
flauta modernamente contemporânemente experimentalmente transcedentalmente
acidental.

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